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Dois homens, uma cidade

Qualquer cubatense com mais de 25 anos ainda tem lembranças da maior rivalidade que essa cidade já viu na sua história. Ou você era Nei Serra ou era José Osvaldo Passarelli.

Foram seis mandatos consecutivos, um alternando com o outro. E cada vez mais projetos faraônicos, ousados. Uma das anedotas desse período era que os muros dos próprios municipais ficavam cada vez mais grossos a cada mandato, já que cada prefeito os pintava com sua cor de preferência.

Quem foi criança naquele tempo, como eu, lembra das visitas regulares que Passarelli fazia às escolas, onde todos reunidos no pátio participávamos do hasteamento das bandeiras. Cubatão é uma das poucas cidades no País onde as pessoas sabem, de cor, o hino municipal. Resquício dessa época.

Ambos foram indicados pela Ditadura como prefeitos biônicos. Ambos foram eleitos pela população na Nova República, com votações consagradoras. Nenhum deles administrou Cubatão sob a Lei de Responsabilidade Fiscal, o que seria bastante interessante de se ver.

Com a saída de Passarelli, acaba uma era em que uma rivalidade impulsionava a cidade e mobilizava a política local como jamais vai ocorrer novamente. Que ele encontre o descanso, após uma árdua batalha.

Foto: folheto Cubatão – Um Governo com o Povo – Prefeitura Municipal de Cubatão, janeiro de 1987 (arquivo site Novo Milênio)
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